Feliz dia das mulheres?

Estudo mostra desigualdades de gênero em 20 anos
Retrato das Desigualdades de Gênero analisa indicadores com base na Pnad
As mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais que os homens por semana.
Em 2015, a jornada total média das mulheres era de 53,6 horas, enquanto a dos homens era de 46,1 horas. Em relação às atividades não remuneradas, mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas – proporção que se manteve quase inalterada ao longo de 20 anos, assim como a dos homens (em torno de 50%). Esses são alguns dos dados destacados no estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça com base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.
“É importante ressaltar que o fato de exercer atividade remunerada não afeta as responsabilidades assumidas pelas mulheres com as atividades domésticas, apesar de reduzir a quantidade de horas dedicadas a elas. As mulheres ocupadas continuam se responsabilizando pelo trabalho doméstico não remunerado, o que leva à chamada dupla jornada”, destaca Natália Fontoura, especialista em políticas públicas e gestão governamental e uma das autoras do trabalho.
Quanto mais alta a renda das mulheres, menor a proporção das que afirmaram realizar afazeres domésticos – entre aquelas com renda de até um salário mínimo, 94% dedicavam-se aos afazeres domésticos.
Chefes de família Os lares brasileiros, cada vez mais, estão sendo chefiados por mulheres. Em 1995, 23% dos domicílios tinham mulheres como pessoas de referência. Vinte anos depois, esse número chegou a 40%. Cabe ressaltar que as famílias chefiadas por mulheres não são exclusivamente aquelas nas quais não há a presença masculina: em 34% delas, havia a presença de um cônjuge.
O Banco da Providência vem acompanhando estes indicadores há mais de 10 anos porque implantou o Programa de Inclusão Social de Famílias. Um dos maiores programas em funcionamento em nosso município que oferece oportunidade de capacitação para mulheres, buscando justamente contribuir para a superação das desigualdades sociais. Oferece 560 vagas por ano, que em 2016 abrangeu indiretamente um quantitativo de 2.126 pessoas. Os indicadores encontrados em nosso programa estão alinhados com a pesquisa da PNAD:
Chefes de Famílias: Masculino: 59% e Feminino 41%
Para além da capacitação para uma profissão o programa desenvolve competências para as mulheres gerarem renda; acreditarem em suas habilidades e promoverem mudanças em suas vidas, e buscarem o reconhecimento de seus direitos e o exercício de sua cidadania. Um caminho possível para a superação das desigualdades.