A trajetória de Dom Hélder Câmara
Dom Hélder Pessoa Câmara é o fundador do Banco da Providência e guia maior da missão com a qual a instituição trabalha até os dias de hoje. Nascido no ano de 1909, em Fortaleza, Dom Hélder pregou durante seus 90 anos de vida uma igreja simples, voltada para os pobres e os princípios da paz. A tendência religiosa já apareceu a partir dos quatro anos de idade, devido a influência dos padres lazaristas, que atuavam na Arquidiocese de Fortaleza. Sua primeira eucaristia foi aos oito anos de idade. Aos 22 se tornou padre, após receber uma autorização especial vinda de Roma, por estar antes da idade padrão estabelecida para o sacerdócio.
Em 1936, passou a desenvolver um trabalho assistencialista no Rio de Janeiro, fundando departamentos da Igreja voltados para atender aos mais necessitados. Por dez anos manteve intensa atividade intelectual e apostólica. Escreveu, publicou, organizou e lecionou para pequenos grupos de jovens. Ainda dentro deste propósito, utilizou o rádio para criar o primeiro movimento de alfabetização e educação popular do país.
Em 1955, foi nomeado Arcebispo Auxiliar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, fundou a Cruzada São Sebastião, também no Rio de Janeiro com objetivo de dar solução humana e cristã aos problemas das favelas da cidade. Conseguiu transferir moradores da favela da Praia do Pinto para prédios de apartamentos no Leblon. Em 1959 fundou o Banco da Providência com o objetivo de distribuir ao mais necessitados os bens e serviços que sobravam entre os ricos e remediados. No ano seguinte, idealizou a primeira Feira da Providência, com o fim de financiar as atividades do Banco. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, e essa história você já conhece, não é mesmo?
Como sexto Arcebispo Residencial à sede de Olinda e Recife, declarou sua missão em defesa dos Direitos Humanos. Neste período, foi indicado ao Nobel quatro vezes.
Dom Hélder nos deixou em agosto de 1999, aos 90 anos. Seu legado se estende e continuará se estendendo por muitas gerações, como exemplo de defensor dos direitos humanos. Suas obras são referências e seus 23 livros publicados ainda são vendidos em todo o mundo. Em 2017, foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos.